Esta notícia é para quem mora no Rio: mais uma PinSession ocorre no dia 27 de Setembro, organizada por nossa colaboradora Aglaize Damasceno na Universidade Veiga Almeida. Confira!
NOVAJOIA started in 2006, coordinated by Mirla Fernandes, it aimed to inform the general audience about Art Jewellery in Brazil and abroad, promoting interchanges through exhibitions, workshops and lectures.
O projeto NOVAJOIA criado em 2006, e coordenado por Mirla Fernandes , visava informar e divulgar a Arte Joalheria no Brasil e fora, além de promover o intercâmbio de ideias através de exposições, cursos e palestras.
25.9.10
22.9.10
Bienal de São Paulo: primeiras impressões
The following text was originally published in english at Gray Area Blog
Ontem foi a abertura da 29º Bienal de São Paulo, o segundo evento que arrecada mais fundos para a cidade de São Paulo. Estive lá e resolvi postar imagens e videos que fiz do meu telefone.
Os que foram ao Mexico durante o Simposio Gray Area talvez tenham tido um monento de recordações como eu ao me deparar com o trabalho de Ana Gallardo, “Un lugar para vivir cuando seamos viejos”, que convidou os dançarinos mexicanos de Danzon Don Raul, Lucio e Conchita para virem dar aulas durante a Bienal!
Muitos bons trabalhos nos tres andares do pavilhão. Duas horas depois de entrar e ainda não pude ver tudo com cuidado. De qualquer maneira, gostaria de ressaltar os trabalhos fortes de dois artistas cubanos.
La Torre Del Ruido from Yael Vazquez – Bienal SP: uma torre com tvs, em cada um um rapper passando sua mensagem, todos sendo ouvidos ao mesmo tempo.
No link abaixo, apenas um rapper, para se ter uma ideia melhor: o meu video nao é dos melhores...
E depois Las Joyas de la Corona from Carlos Garaicoa, mostradas sobre cuobs negros e protegidos por cubos de vidro, de uma maneira muito semelhante aos displays de jóias, ve-se miniaturas de lugares em todo o mundo relacionados a guerra/segurança/poliítica.
O tema deste ano da Bienal é política. Vendo uma peça como a desse artista cubano me faz pensar que a escolha de tornar-se um artista-joalheiro, e não apenas um joalheiro, em si já é um ato político.
postado por Mirla Fernandes
Ontem foi a abertura da 29º Bienal de São Paulo, o segundo evento que arrecada mais fundos para a cidade de São Paulo. Estive lá e resolvi postar imagens e videos que fiz do meu telefone.
Os que foram ao Mexico durante o Simposio Gray Area talvez tenham tido um monento de recordações como eu ao me deparar com o trabalho de Ana Gallardo, “Un lugar para vivir cuando seamos viejos”, que convidou os dançarinos mexicanos de Danzon Don Raul, Lucio e Conchita para virem dar aulas durante a Bienal!
Muitos bons trabalhos nos tres andares do pavilhão. Duas horas depois de entrar e ainda não pude ver tudo com cuidado. De qualquer maneira, gostaria de ressaltar os trabalhos fortes de dois artistas cubanos.
La Torre Del Ruido from Yael Vazquez – Bienal SP: uma torre com tvs, em cada um um rapper passando sua mensagem, todos sendo ouvidos ao mesmo tempo.
No link abaixo, apenas um rapper, para se ter uma ideia melhor: o meu video nao é dos melhores...
E depois Las Joyas de la Corona from Carlos Garaicoa, mostradas sobre cuobs negros e protegidos por cubos de vidro, de uma maneira muito semelhante aos displays de jóias, ve-se miniaturas de lugares em todo o mundo relacionados a guerra/segurança/poliítica.
O tema deste ano da Bienal é política. Vendo uma peça como a desse artista cubano me faz pensar que a escolha de tornar-se um artista-joalheiro, e não apenas um joalheiro, em si já é um ato político.
postado por Mirla Fernandes
20.9.10
A joalheria como poética (2): Cildo Meireles
Se voltarmos alguns séculos atrás, ou se olharmos para o surgimento da civilização, veremos que as joias e talismãs estiveram sempre presentes entre homens e mulheres. Os metais nobres e as pedras preciosas como o diamante, a safira, a esmeralda, o rubi... fascinam e despertam o desejo pelo belo. O belo, que para Charles Baudelaire é constituído por elemento eterno, invariável, cuja quantidade é excessivamente difícil determinar, e de um elemento relativo, circunstancial, que será, se quisermos, sucessiva ou combinadamente, a época, a moda, a moral, a paixão[1]. Para Wassily Kandinsky, esse belo de que o artista é o sacerdote deve ser procurado apoiando-se no princípio do valor interior (...) É belo o que provém de uma necessidade interior da alma[2].
Em Cildo Meireles, artista plástico carioca que iniciou seus trabalhos conceituais na década de 60, além da referida necessidade interior da alma, podemos dizer que o belo existe como fisicalidade, da relação do objeto com o espaço, como por exemplo no trabalho Cruzeiro do Sul, 1969-1970.
Cruzeiro do Sul(1969-1970), é um cubo minúsculo formado de pinho e carvalho, duas madeiras que, quando entram em atrito produzem fogo, teriam o poder de invocar o divino na cosmogonia dos índios Tupi e de quase as civilizações da América do Sul. Tal cosmogonia foi ameaçada pela catequização dos Jesuítas. O objeto, escultura minúscula, é colocado na imensidão de uma sala vazia... uma instalação que sintetiza fogo e divindade.
Além da relação do objeto com o espaço, Meireles busca também a relação do objeto com o corpo, nesse sentido a escala do objeto muda completamente quando ele busca o suporte do corpo... no movimento entre espectador e obra.
Em Condensados, o artista busca na joalheria a expressão plástica de seu trabalho, a poética é construída em uma série de anéis realizados na década de 70 em diferentes materiais. Quando ele começou a produzir a série, não tinha uma preocupação política imediata, estava envolvido com questões formais e cerebrais. Um dos trabalhos realizados na época é Condensado II – Mutações geográficas: fronteira Rio/São Paulo, 1970.
Um pouco mais do trabalho e do processo criativo de Cildo Meireles...
[1] BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade. São Paulo : Paz e Terra, p.10, 1997.
[2] KANDINSKY, Wassily. Do espiritual na arte. São Paulo : Martins Fontes, p.127,128, 1996.
postado por Aglaíze Damasceno
Em Cildo Meireles, artista plástico carioca que iniciou seus trabalhos conceituais na década de 60, além da referida necessidade interior da alma, podemos dizer que o belo existe como fisicalidade, da relação do objeto com o espaço, como por exemplo no trabalho Cruzeiro do Sul, 1969-1970.
Cildo Meireles, 1969-1970, Cruzeiro do Sul > Cubo de madeira, sendo uma seção de pinho e outra de carvalho, 9 x 9 x 9 mm. |
Além da relação do objeto com o espaço, Meireles busca também a relação do objeto com o corpo, nesse sentido a escala do objeto muda completamente quando ele busca o suporte do corpo... no movimento entre espectador e obra.
Em Condensados, o artista busca na joalheria a expressão plástica de seu trabalho, a poética é construída em uma série de anéis realizados na década de 70 em diferentes materiais. Quando ele começou a produzir a série, não tinha uma preocupação política imediata, estava envolvido com questões formais e cerebrais. Um dos trabalhos realizados na época é Condensado II – Mutações geográficas: fronteira Rio/São Paulo, 1970.
Cildo Meireles, 1970. Condensado II – Mutações geográficas: fronteira Rio/São Paulo. Terra, prata, ônix, ametista e safira |
[1] BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade. São Paulo : Paz e Terra, p.10, 1997.
[2] KANDINSKY, Wassily. Do espiritual na arte. São Paulo : Martins Fontes, p.127,128, 1996.
postado por Aglaíze Damasceno
17.9.10
Balanço da visita de Cristina Filipe
This text was originally posted in english at Gray Area Blog and Crafthaus.
Se em Amsterdam Arte-Joalheria é ensinada numa escola de arte como a Gerrit Rietveld, e em Lisboa na Ar.Co, no Brasil, temos as aulas de joalheria espremidas entre os cursos de moda e design com uma orientação muito comercial e industrial.
Desde 2007 quando da criação do Projeto NOVAJOIA, me comprometi com a expansão da cena da arte-joalheria no Brasil tendo como uma das preocupações a educação. O ano de 2010 está se mostrando muito significativo pois estamos nos aproximando das faculdades.
O primeiro passo foi dado em Agosto, com o início do curso “Nova Joalheria” dentro do Núcleo de Cultura da Fundação Armando Álvares Penteado, uma das mais conceituadas faculdades de arte de São Paulo. No curso, abordo tanto teoria como prática em arte-joalheria.
O segundo passo foi dado por Ana Paula de Campos, artista joalheira brasileira, com mais de 15 anos de experiência no ensino e ativa colaboradora do NOVAJOIA.
Ao voltar do Simpósio Gray Area, onde participou de mesa redonda sobre educação, ela convidou Cristina Filipe para dar um workshop como parte do programa de pós-graduação em Artes da UNICAMP (Universidade de Campinas, São Paulo).
Pois agora em Setembro, Filipe esteve em São Paulo para um programa completo. Ela deu palestra e participou de uma mesa redonda junto aos coordenadores do curso de Artes da UNICAMP: Prof. Dra. Anna Paula Gouveia, Prof. Dr. Edson Pfutzenreuter e Prof. Dra. Maria de Fátima Morethy Couto.
Com seu trabalho conceitural que vai além dos meios tradicionais da joalheria, expandindo suas fronteiras ao usar tanto a fotografia como o vídeo, a qualidade dos trabalhos e da fala de Filipe foram cruciais à recepção muito positiva da Arte-Joalheria no meio acadêmico.
Após a mesa-redonda, Filipe coordenou um workshop. Eu tive a oportunidade de ser uma de suas assistentes nesses dias e foi ótimo ver os 18 participantes das mais diversas formações entrarem em contato pela primeira vez com as práticas e pensamentos da arte-joalheria.
Como resultado deste encontro, tivemos uma porta aberta para a arte-joalheria no departamento de artes de uma das mais importantes universidades do pais. Afinal, o que isso sifgnifica? A aproximação com instituições pode proporcionar mais oportunidades para artistas convidados internacionais virem e isso significa diferentes maneiras de pensar e o aumento do dialogo entre criadores globalmente, o que pode ser produtivo para todas as partes.
O mundo da arte-joalheria é pequeno e nós latino-americanos em especial temos um certo sentimento de isolamento. Esses esforços de intercâmbios estão pouco a pouco crescendo e permitindo alcançar um público cada vez maior.
Um passo de cada vez, vamos esperar por um futuro melhor!
postado por Mirla Fernandes
Se em Amsterdam Arte-Joalheria é ensinada numa escola de arte como a Gerrit Rietveld, e em Lisboa na Ar.Co, no Brasil, temos as aulas de joalheria espremidas entre os cursos de moda e design com uma orientação muito comercial e industrial.
Desde 2007 quando da criação do Projeto NOVAJOIA, me comprometi com a expansão da cena da arte-joalheria no Brasil tendo como uma das preocupações a educação. O ano de 2010 está se mostrando muito significativo pois estamos nos aproximando das faculdades.
O primeiro passo foi dado em Agosto, com o início do curso “Nova Joalheria” dentro do Núcleo de Cultura da Fundação Armando Álvares Penteado, uma das mais conceituadas faculdades de arte de São Paulo. No curso, abordo tanto teoria como prática em arte-joalheria.
O segundo passo foi dado por Ana Paula de Campos, artista joalheira brasileira, com mais de 15 anos de experiência no ensino e ativa colaboradora do NOVAJOIA.
Ao voltar do Simpósio Gray Area, onde participou de mesa redonda sobre educação, ela convidou Cristina Filipe para dar um workshop como parte do programa de pós-graduação em Artes da UNICAMP (Universidade de Campinas, São Paulo).
Pois agora em Setembro, Filipe esteve em São Paulo para um programa completo. Ela deu palestra e participou de uma mesa redonda junto aos coordenadores do curso de Artes da UNICAMP: Prof. Dra. Anna Paula Gouveia, Prof. Dr. Edson Pfutzenreuter e Prof. Dra. Maria de Fátima Morethy Couto.
Com seu trabalho conceitural que vai além dos meios tradicionais da joalheria, expandindo suas fronteiras ao usar tanto a fotografia como o vídeo, a qualidade dos trabalhos e da fala de Filipe foram cruciais à recepção muito positiva da Arte-Joalheria no meio acadêmico.
Após a mesa-redonda, Filipe coordenou um workshop. Eu tive a oportunidade de ser uma de suas assistentes nesses dias e foi ótimo ver os 18 participantes das mais diversas formações entrarem em contato pela primeira vez com as práticas e pensamentos da arte-joalheria.
Como resultado deste encontro, tivemos uma porta aberta para a arte-joalheria no departamento de artes de uma das mais importantes universidades do pais. Afinal, o que isso sifgnifica? A aproximação com instituições pode proporcionar mais oportunidades para artistas convidados internacionais virem e isso significa diferentes maneiras de pensar e o aumento do dialogo entre criadores globalmente, o que pode ser produtivo para todas as partes.
O mundo da arte-joalheria é pequeno e nós latino-americanos em especial temos um certo sentimento de isolamento. Esses esforços de intercâmbios estão pouco a pouco crescendo e permitindo alcançar um público cada vez maior.
Um passo de cada vez, vamos esperar por um futuro melhor!
postado por Mirla Fernandes
15.9.10
PIN Session /NOVAJOIA
Marina Sheetikoff |
Nesta terça, dia 14 de Setembro, ocorreu a 1ª PINSession no Brasil, promovida pelo projeto NOVAJOIA.
As Sessions tiveram inicio em 2005 por ocasião do lançamento da PIN, esta é a terceira.
Os resultados são parte da colecção da PIN e são oferecidos aos futuros associados no ato da inscrição. Curioso notar que nessa sessão, nós brasileiros demos titulos aos pins.
Veja alguns dos pins feitos:
Last tuesday ,September 14th happened the 1st PINSession/Brasil, promoted by NOVAJOIA. The Sessions began in 2005 when PIN was launched ,this was the third one.
The pins will be part of PIN's collection and will be given to each new associate. See some of the results of this session:
Thais França "Pin in the head" |
Alice Ribeiro |
Marta Mello "Pinning" |
Bianca Viani |
Cristina Botelho |
Ana Paula de Campos |
Marcelo Cordeiro de Oliveira "1 Tsuru" |
13.9.10
Diálogos com Cristina Filipe
'Dialogos' são consultorias de uma hora do NOVAJOIA, onde o inscrito traz seu portfolio e trabalhos para discutir conosco. É uma oportunidade de receber um feed-back sobre seu processo criativo e trabalhos.
Para participar de um Dialogos, basta agendar uma hora.
Quando recebemos um artista estrangeiro, promovemos Dialogos com o convidado. Nesta segunda, dia 13, aconteceram os Diálogos com Cristina Filipe:
Para participar de um Dialogos, basta agendar uma hora.
Quando recebemos um artista estrangeiro, promovemos Dialogos com o convidado. Nesta segunda, dia 13, aconteceram os Diálogos com Cristina Filipe:
Fotos Workshop UNICAMP
Check the link to see a slideshow with photos of the workshop with Cristina Filipe hosted by the post-graduation program of UNICAMP that also had the participation of NOVAJOIA: SLIDESHOW
Veja no link um slideshow do workshop dado por Cristina Filipe promovido pelo programa de pos-graduação da UNICAMP que contou com a participação do NOVAJOIA: slideshow
Veja no link um slideshow do workshop dado por Cristina Filipe promovido pelo programa de pos-graduação da UNICAMP que contou com a participação do NOVAJOIA: slideshow
10.9.10
Workshop UNICAMP 1º DIA
No primeiro dia de workshop, o foco foi descobrir a parte do corpo de interesse do participante: "eu penso o corpo".
Iniciado com exercícios respiratórios, o grupo foi depois dividido em quatro para realizar desenhos sobre longos papeis craft e vegetal.
Iniciado com exercícios respiratórios, o grupo foi depois dividido em quatro para realizar desenhos sobre longos papeis craft e vegetal.
Palestra na UNICAMP
Ocorreu ontem palestras sobre Art Jewellery na UNICAMP acompanhadas de uma discussão sobre o ensino da joalheria no Brasil.
Para nossa felicidade, a UNICAMP se mostra interessada e aberta em acolher a joalheria dentro de seu curso de artes. Vamos torcer para essa concretização.
Veja as fotos do evento que se iniciou as 9h00 da manhã no Instituto de Artes
Para nossa felicidade, a UNICAMP se mostra interessada e aberta em acolher a joalheria dentro de seu curso de artes. Vamos torcer para essa concretização.
Veja as fotos do evento que se iniciou as 9h00 da manhã no Instituto de Artes
A professora Dra Anna Paula Gouveia da pós-graduação da UNICAMP
Ana Paula de Campos
Cristina Filipe da Ar.Co
Renata Porto
Mirla Fernandes
Mais tarde: imagens do workshop!
3.9.10
Diálogos com Cristina Filipe
Para voce que não pode viajar ou não tem tempo para fazer um workshop, temos uma outra opção.
Agende seu horario para ter um feed-back exclusivo com a artista portuguesa e coordenadora do curso de joalheria da Ar.Co, Cristina Filipe.
Voce terá uma hora para mostrar seu portfolio ou trabalhos e ouvir a opinião de uma profissional que estudou na Holanda, Inglaterra e Portugal, expõe internacionalmente e é uma das fundadoras da PIN, Associação Portuguesa de Joalheria.
Os diálogos acontecem dia 13 de Setembro a partir das 10 horas.
Agende seu horário por email: contact@novajoia.org
Valor: 180 reais.
Local: Estudio Mirla Fernandes
Veja abaixo algumas fotos de outros diálogos promovidos pelo NOVAJOIA
Agende seu horario para ter um feed-back exclusivo com a artista portuguesa e coordenadora do curso de joalheria da Ar.Co, Cristina Filipe.
Voce terá uma hora para mostrar seu portfolio ou trabalhos e ouvir a opinião de uma profissional que estudou na Holanda, Inglaterra e Portugal, expõe internacionalmente e é uma das fundadoras da PIN, Associação Portuguesa de Joalheria.
Os diálogos acontecem dia 13 de Setembro a partir das 10 horas.
Agende seu horário por email: contact@novajoia.org
Valor: 180 reais.
Local: Estudio Mirla Fernandes
Veja abaixo algumas fotos de outros diálogos promovidos pelo NOVAJOIA
2.9.10
Colaboradora: Aglaíze Damasceno
A partir de hoje teremos a colaboração quinzenal de Aglaize Damasceno numa série de postagens sobre artistas plásticos que também fizeram/fazem jóias.
Aglaíze também está a frente do Matilha, grupo para discussão e criação de arte-joalheria lá no Rio.
Futuramente publicaremos mais detalhes.
Aglaíze também está a frente do Matilha, grupo para discussão e criação de arte-joalheria lá no Rio.
Futuramente publicaremos mais detalhes.
A joalheria como poética (1)
Faremos aqui uma breve abordagem sobre a joalheria enquanto poética nas artes visuais, artistas que desenvolveram e/ou desenvolvem tanto adorno quanto o uso de materiais referentes ao universo joalheiro.
Não é de hoje que artistas das Belas Artes utilizam a joalheria como suporte, vamos citar como um primeiro exemplo o francês René Lalique (1860-1945) que em 1900 já afrontava as regras da concepção formal da joia. Em uma época em que a joalheria era considerada uma arte menor, cujas tradições estilísticas da época ditavam a criação joalheira, Lalique passou a utilizar materiais inovadores na concepção de suas peças. Usou o esmalte e a madrepérola como possibilidades na paleta cromática de suas peças e buscou temas insólitos, como gafanhotos e serpentes em suas peças.
O adorno Serpentes(1898-1899), é considerado uma das peças mais incríveis da produção joalheira de René Lalique, tanto pela qualidade excepcional na realização desta peça, quanto pela temática escolhida.
As nove serpentes estão em posição de ataque, entrelaçadas elas formam um nó, entre os corpos de oito delas, ao centro, ergue-se a nona serpente. Esta é, provavelmente, a única réplica existente, que encontra-se no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Portugal.
Lalique também teve um olhar atento a nudez ao expressá-la em seus trabalhos, tal gesto trouxe para a joalheria o elemento escultórico; esses elementos combinados deram uma visão peculiar e minuciosa do mundo natural, visá esta, influenciada pela literatura simbolista, a arte japonesa e ainda os movimentos artísticos de vanguarda que deram origem à Art Nouveau. Vale observar que além de ter realizado a ourivesaria e a joalheria, Lalique agiu criativamente em outras áreas, desenvolveu atividades usando o vidro e o desenho em diferentes campos das artes.
Entre os artistas internacionais conhecidos do grande público que também se expressaram pela jóia temos: Pablo Picasso, Tanguy, Man Ray, Georges Braque, Lucio Fontana, Salvador Dali, Max Ernst, Jean Arp, Alexander Calder, Robert Indiana dentre outros. No Brasil podemos citar alguns nomes como Amélia Toledo, Tunga, Rubens Gerchman, Cildo Meireles, Arthur Luiz Piza, Anna Bella Geiger, Amílcar de Castro, Tomie Ohtake, Antonio Dias, Lygia Pape, Nelson Leirner, Adriano de Aquino, Beatriz Milhazes, dentre outros.
postado por Aglaíze Damasceno
Não é de hoje que artistas das Belas Artes utilizam a joalheria como suporte, vamos citar como um primeiro exemplo o francês René Lalique (1860-1945) que em 1900 já afrontava as regras da concepção formal da joia. Em uma época em que a joalheria era considerada uma arte menor, cujas tradições estilísticas da época ditavam a criação joalheira, Lalique passou a utilizar materiais inovadores na concepção de suas peças. Usou o esmalte e a madrepérola como possibilidades na paleta cromática de suas peças e buscou temas insólitos, como gafanhotos e serpentes em suas peças.
René LaliqueSerpentes, 1898-1899. Peitoral em ouro e esmalte, 21 x 14,3 cm
O adorno Serpentes(1898-1899), é considerado uma das peças mais incríveis da produção joalheira de René Lalique, tanto pela qualidade excepcional na realização desta peça, quanto pela temática escolhida.
As nove serpentes estão em posição de ataque, entrelaçadas elas formam um nó, entre os corpos de oito delas, ao centro, ergue-se a nona serpente. Esta é, provavelmente, a única réplica existente, que encontra-se no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Portugal.
Lalique também teve um olhar atento a nudez ao expressá-la em seus trabalhos, tal gesto trouxe para a joalheria o elemento escultórico; esses elementos combinados deram uma visão peculiar e minuciosa do mundo natural, visá esta, influenciada pela literatura simbolista, a arte japonesa e ainda os movimentos artísticos de vanguarda que deram origem à Art Nouveau. Vale observar que além de ter realizado a ourivesaria e a joalheria, Lalique agiu criativamente em outras áreas, desenvolveu atividades usando o vidro e o desenho em diferentes campos das artes.
Entre os artistas internacionais conhecidos do grande público que também se expressaram pela jóia temos: Pablo Picasso, Tanguy, Man Ray, Georges Braque, Lucio Fontana, Salvador Dali, Max Ernst, Jean Arp, Alexander Calder, Robert Indiana dentre outros. No Brasil podemos citar alguns nomes como Amélia Toledo, Tunga, Rubens Gerchman, Cildo Meireles, Arthur Luiz Piza, Anna Bella Geiger, Amílcar de Castro, Tomie Ohtake, Antonio Dias, Lygia Pape, Nelson Leirner, Adriano de Aquino, Beatriz Milhazes, dentre outros.
postado por Aglaíze Damasceno
Dialogos: Cristina Filipe
Cristina Filipe, esta vindo ao Brasil. NOVAJOIA esta promovendo Diálogos com Cristina Filipe no dia 13 de Setembro. Ainda há vagas. Inscreva-se, traga seu portfolio e tenha uma conversa particular com ela sobre seu próprio trabalho.
Abaixo algumas frases da artista joalheira e professora da Ar.Co numa entrevista a Miguel Matos. Leia a entrevista completa no site UMBIGO
«Sempre vivi muito a joalharia, no sentido verdadeiro não só de fazer, mas também de estar com e ir à procura de. As viagens que fiz foram sempre derivadas dessa procura. Sempre humanizei muito a jóia»
«A jóia é uma peça que tem uma interacção muito grande com o corpo. Não é um trabalho estático»
(em relação aos conceitos de joalharia e ourivesaria)«Já ultrapassei essa questão. Trata-se apenas de vocabulário e do significado das palavras que cada pessoa interpreta da sua forma. O termo geral adoptado internacionalmente foi joalharia, por ser mais abrangente. Joalharia era a jóia que, para além dos metais, possuía pedras. Por exemplo, na área da escultura, esta também pode ser em pedra, bronze, etc. por isso a distinção entre ourivesaria, joalharia e prataria já não faz sentido. Também se pode dizer joalharia contemporânea ou de autor mas não vejo essa necessidade. Simplesmente há uma falta de informação que obriga a clarificar as coisas: Não sei se joalharia é a palavra certa para todas estas áreas, mas foi o termo que se adoptou porque implica um menor comprometimento com os materiais utilizados. Na verdade, uma peça contemporânea totalmente feita em ouro pode perfeitamente chamar-se de ourivesaria. Por isso, o termo mais convergente é joalharia e depois podemos dizer que é contemporânea ou de autor para ajudar a entender melhor de que tipo de trabalho se fala. Para além disso qualquer outra distinção não faz sentido e quem faz joalharia deve esquecer essas questões de preconceito».
(sobre joalheria e moda) «Nas escolas onde se ensina joalharia não se trabalha com a planificação da moda por estações. A moda é umtrabalho mais de consumo, muito mais efémero. Não se adoptou essa estrutura ao nível do ensino da joalharia. Adoptou-se o método das artes plásticas, com todo um conceito, uma reflexão. Para além disso, muitos trabalhos de joalharia, pelo custo e tempo aplicado na sua execução, estão impedidos de serem avaliados dessa forma».
Abaixo algumas frases da artista joalheira e professora da Ar.Co numa entrevista a Miguel Matos. Leia a entrevista completa no site UMBIGO
«Sempre vivi muito a joalharia, no sentido verdadeiro não só de fazer, mas também de estar com e ir à procura de. As viagens que fiz foram sempre derivadas dessa procura. Sempre humanizei muito a jóia»
«A jóia é uma peça que tem uma interacção muito grande com o corpo. Não é um trabalho estático»
(em relação aos conceitos de joalharia e ourivesaria)«Já ultrapassei essa questão. Trata-se apenas de vocabulário e do significado das palavras que cada pessoa interpreta da sua forma. O termo geral adoptado internacionalmente foi joalharia, por ser mais abrangente. Joalharia era a jóia que, para além dos metais, possuía pedras. Por exemplo, na área da escultura, esta também pode ser em pedra, bronze, etc. por isso a distinção entre ourivesaria, joalharia e prataria já não faz sentido. Também se pode dizer joalharia contemporânea ou de autor mas não vejo essa necessidade. Simplesmente há uma falta de informação que obriga a clarificar as coisas: Não sei se joalharia é a palavra certa para todas estas áreas, mas foi o termo que se adoptou porque implica um menor comprometimento com os materiais utilizados. Na verdade, uma peça contemporânea totalmente feita em ouro pode perfeitamente chamar-se de ourivesaria. Por isso, o termo mais convergente é joalharia e depois podemos dizer que é contemporânea ou de autor para ajudar a entender melhor de que tipo de trabalho se fala. Para além disso qualquer outra distinção não faz sentido e quem faz joalharia deve esquecer essas questões de preconceito».
(sobre joalheria e moda) «Nas escolas onde se ensina joalharia não se trabalha com a planificação da moda por estações. A moda é umtrabalho mais de consumo, muito mais efémero. Não se adoptou essa estrutura ao nível do ensino da joalharia. Adoptou-se o método das artes plásticas, com todo um conceito, uma reflexão. Para além disso, muitos trabalhos de joalharia, pelo custo e tempo aplicado na sua execução, estão impedidos de serem avaliados dessa forma».
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