montagem da exposição na Putti Gallery |
Termina agora em 25 de Maio, mais uma exposição do Garbage Pin Project, desta vez na Putti Gallery, Latvia. O projeto é itinerante. Já esteve em Barcelona, Los Angeles, Antuérpia, Lisboa e Porto.
O projeto é da artista portuguesa Ana Cardim e começou em Janeiro de 2008, convidando 90 artistas a quem foram enviados o Kit Garbage Pin. Com o mesmo, sugeriu-se que utilizassem a jóia durante cinco dias e que selecionassem, criassem ou recriassem os conteúdos colocados dentro de cinco sacos de plástico de acordo com a perspectiva e reflexões geradas pelo projeto: valor x desperdício na sociedade urbana atual.
Em Agosto de 2008 cada artista devolveu a sua proposta concluída reunindo-se, desta maneira, um corpus considerável de "sacos do lixo".
Renunciando a uma linha artística que oferece soluções ou resultados controlados exclusivamente pelo artista, o projeto aceita as intervenções dos artistas convidados. Torna-se assim capaz de acolher a singularidade de cada subjetividade interpretativa dentro da multiplicidade discursiva que se desenvolve em torno a uma mesma problemática. Confere-lhe, no final, um lugar de expressão comum: o objeto estético-performativo.
Os artistas participantes trabalham com Arte-Joalheria, Pintura, Escultura, Desenho, Fotografia, Performance, Instalação, Vídeo, Design, Moda, Cinema, Teatro, Música e Literatura.
A pluralidade de escolha foi proposital para integrar a joalheria junto a outros meios de expressão artística e tirá-la do habitual reduto das artes decorativas.
Como afirma Cardim: "não obstante a jóia ser ela própria um lugar – tal como uma pintura, uma escultura,
ou uma instalação –, ela apresenta a particularidade de habitar um lugar móvel: o corpo. O corpo é o seu lugar de suporte, é o seu lugar de comunicação que, por sua vez, a transporta para distintos lugares. Neste sentido, a jóia pode ser entendida como lugar de dialéctica entre a esfera íntima e a esfera pública já que quem a transporta vem do seu espaço privado expondo-se com a jóia no espaço público. Esta mobilidade confere à jóia um carácter privilegiado de comunicador social que, por um lado, se pode exprimir como símbolo de pertença ou de identificação com um determinado grupo ou classe social e, por outro, pode apresentar-se como dispositivo de expressão gerador de discurso critico na esfera pública."
vernissage na Putti Gallery |
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