23.12.09

Stella Bierrenbach 2: jóia/desenho

Continuando a falar com Stella Bierrenbach desvendamos um pouco mais do conceito por trás da produção:
"Me interesso por jóias que contam uma história. De jóias cuja preciosidade se mostra evidente menos pela sua constituição material que pelos sentimentos que ela pode inspirar. De jóias que são, alternadamente, usáveis e objetos autônomos. A jóia é intimamente ligada ao seu portador. Este lhe transmite sua identidade, a jóia vira um receptáculo dessa identidade.
Mas uma jóia tem o seu carater também, não é simplesmente um jarro a ser preenchido. Gosto de pensar que uma jóia tem uma historia passada, e quando não esta sendo usada, pertence à um lugar só seu. Se temos um lugar pra viver, uma casa, a jóia também tem. Um lugar especifico determinado pela identidade de uma peça especifica. Num jogo de escala, a jóia ora esta no corpo da gente, ora é o próprio corpo. A relação estabelecida entre jóia e portador é um dialogo entre duas identidades. Um dialogo que acontece em vários lugares e que acolhe outros interlocutores. Se por acaso queremos usa-las, eles continuam la, esperando elas voltarem...


 
Perguntei sobre a presença de outros objetos em seu vocabulario (cadeiras, comodas, etc) e que maravilha, um raciocínio desenho/jóia, jóia/desenho esta por lá também:
"Utilizo muito elementos de maquete e casa de boneca, para estressar esse jogo de escala onde a jóia vira a "pessoa"; esse conceito  declino de acordo com o que quero falar: memoria, ausência ou mesmo o valor material das jóias de luxo (coleçao Place Vendôme, devo ter mandado algumas fotos)
Acho que essa dimensão "autônoma" que dou para jóia é que me faz optar por não mostra-las num corpo, mesmo quando não faço as instalaçoezinhas. Alias, me faz pensar nessa historia desenho/jóia que tem no blog. Talvez mostrar a jóia no corpo limita o potencial de comunicação da mesma. Uma vez em volta do pescoço, vemos um colar, e não um objeto que pode nos inspirar tantas outras historias, como um desenho, uma pintura, uma escultura... essas ultimas peças que fiz ilustram isso. Nas andanças em feirinhas, brocantes e vide-greniers, recupero diversas peças em prata e dou uma segunda vida pra elas. E quando vejo a forma que elas tomam, são como traços de um desenho, são linhas que formam uma narrativa.
"
 




 
Talking to Stella Bierrenbach about her work, I asked her what are the concepts behind them:
"I am interested for jewellery that tells a story, which preciousness is not so evident. At least not in its material and more in the feelings it may inspire. Jewellery that are usable but also autonomous objects. The jewel is closely connected to its user, who transmit to it his/hers identity, so the jewel is a stowage for this identity. But a jewel has also its on character, it is not only a vase to be filled. I like to think that a jewel has a history and when it it not used it belongs to a place of its own, If we have a place to live, a house, the jewel also has one. A specific place defined by the identity of a specific piece. In scale, the jewel sometimes is in our body, sometimes is in its own body. The relationship sptablished between the jewel and its user is a dialogue of identities. This dialogue happens in many places and can accomodate other speakers...If by any chance we want to use them , they are still there waiting...



I asked her about the presence of other objects in her vocabulary (chairs, houses, etc) and  we found out a great tunning: the thoughts of  drawing/jewellery, jewellery/drawing, the theme of this month's posts:
"I use many mock up's elements and also doll house's elements to stres this scale game where the jewellery becomes "a person" . This concecept I change according to waht I want to talk about: memory., absence or presence of material values of luxury jewels, for instance (as in  Place Vendôme pieces).
I think this autonomous dimension that i give to the jewellery is what has made me not shown them in a body. It also has made me think of this 'drawing/jewellery, jewellery/drawing' of the blog. Maybe showing my jewel in a body limits its potential of communication. Once around a neck, we see a necklace, not an object that might inspire usabout so many other stories, as a drawing, a painting, a sculpture...this last pieces are all about this. We walk in little fairs where I dig different pieces of silver.  I gave to them a second life. When I see the shape that they've got, they are like lines of a drawing, lines that make a narrative."

postado por Mirla Fernandes





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