24.4.11

Entrevista com Francisca Kweitel

postado por Mirla Fernandes

 Em Abril de 2010 tive a oportunidade de conhecer duas artistas joalheiras durante o Simpósio Gray Area no México: Ketli Tiitsar e Francisca Kweitel. Com ambas participei do projeto Walking the Gray Area, que resultou em exposição na Galeria Emila Cohen, durante o evento.
em primeiro plano, peça de Ketli Tiitsar no Galeria Emilia Cohen

peça de Francisca Kweitel na Galeria Emilia Cohen

Ketli, que vive na Estonia, mantem um blog muito interessante e reproduzimos parcialmente aqui, em portugues, a entrevista original que fez com Francisca , que vive na Argentina. 
Clique nos links em laranja para visitar o blog e ler a entrevista integral em ingles ou espanhol.
As fotos foram gentilmente cedidas por ambas.
Legendas: KT para as perguntas de Ketli Tiitsar e FK, para as respostas de Francisca Kweitel

Ketli Tiitsar
 
KT: Estou muito feliz em apresentar uma entrevista com a talentosa Francisca Kweitel. Francisca vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.  Ela faz, pensa e promove ativamente a joalheria de todas as maneiras possiveis e acima de tudo, é uma pessoa encantadora.
Francisca Kweitel

KT: Por favor, conte-nos um pouco sobre sua formação?

FK:  Não é muito claro para mim onde começa minha formação. Nasci em uma cidade grande e vivi lá a maior parte de minha vida, rodeada pelo asfalto e a alta velocidade.  Quando terminei a escola não tinha idéia do que queria estudar na faculdade - como a maioria dos jovens aos 18 anos - as eu sabia que tinha que ser algo relacionado com imagem, com expressão visual. Eu não sabia para onde iria, mas começei a estudar moda. No último ano eu estava um pouco entediada, então comecei a me envolver com o mundo da joalheria, visitando um estúdio, onde eu comecei a aprender o básico da joalheria, uma vez por semana por algumas horas.
Antes de terminar a universidade, eu decidi que precisava ver o que estava acontecendo além do meu mundinho. Então, sem pensar muito, cruzei o oceano e aterrisei na Espanha, na Escola Massana, onde eu planejava assistir algumas aulas por um ano, até eu conhecer Ramon Puig Cuyas.  Então eu não pude mais sair, apenas após 3 anos. Ele abriu meus olhos no campo da arte, a mais sincera e visceral expressão. 

De volta a  Buenos Aires abri com Marina Molinelli Wells um lugar para a joalheria contemporânea chamado “ Metalisteria “ . Foi duro, mas nós o aproveitamos por 5 anos. Dividiamos o lugar, convidávamos outros argentinos e latino americanos para mostrar e vender seus trabalhos e organizávamos algumas exposições e eventos. Ao mesmo, tempo eu trabalhava apaixonadamente eu outros tipos de diferentes projetos como workshops com Ramón Puig, Estela Saez e Gemma Draper. Eu tambem estive envolvida com o CCEBA (Centro Cultural de España en Buenos Aires)  e outros  como  Peu de Reina – projetos que claramente me motivaram. 
Cinco anos atrás eu voltei à Universidade onde havia estudado, desta vez como professora. Eu ensino moda na Universidade de Buenos Aires e este ano comecei a ensinar também Design de Acessórios. 
E sobre o presente...que me traz de volta profundamente envolvida no campo das artes visuais.  Duas bolsas e dois convites recebidos ano passado que me deram uma imensurável e muito mais ampla visão e compreensão do campo no qual estou envolvida. Eu sinto que estou começando novamente a partir de novas experiências e me cuidando para não perder o encanto.



KT:O que a fez decidir tornar-se uma artista que lida com joalheria?

FK: Ramón Puig Cuyás. Eu vinha do mundo do design e comecei joalheria como um “hobby” da forma mais inocente.  Quase fugindo de minha cidade natal, eu tive muita sorte de cair nas mãos de Ramon - não apenas um professor de joalheria, mas um professor da vida. Eu fiquei embasbacada com essa disciplina que me deu a oportunidade de me expressão, das profundezas do meu coração e da capacidade de carregar as peças no corpo, gerando novos links.



KT:O que mais faz além da joalheria? O que a interessa e inspira?

FK: Por muito tempo não era claro para mim o quer me movia a fazer jóias. Com o tempo eu percebi que o ponto inicial era frequentemente algum discurso politico, ou algo similar. Nos últimos anos eu estive envolvida comigo mesma em uma série de trabalhos  chamados "dor" onde não havia espaço para mais ninguem participar. 
O ultimo trabalho e até agora o mais gratificante é “RESPIRA” onde eu trabalhei em cooperaçnao com muitas mulheres mexicanas que me ajudaram a construir um enorme colar. Junto a elas tive muitas conversas, troca de pensamentos e experiências de vida, um crescimento enorme. Esses são meus interesses hoje. Eu quero exprimir com meu trabalho uma experiência concreta de ligação e troca. 




Confira abaixo o video de Kweitel sobre esse trabalho:

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