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Tenho a tendência de procurar parâmetros de outras disciplinas quando observo um trabalho de arte-joalheria. A relação com o desenho me fascina particularmente (veja o curso ao lado e reserve sua vaga).
Quando encontro um artista que a meu ver trata esse tema, isto me interessa porque encontro outras maneiras de resolver as questões que estou sempre me perguntando a respeito da interação bidimensional/tridimensional.
Muitos de nós somos familiarizados com as peças de Doris Betz, onde revela sua preocupação com alinha, trnasformando o grafite do lápis em linhas de prata ao pesquizar a espontaneidade do gesto.
Doris Betz
Há também o colorido trabalho de Liana Pattihis recentemente publicado no livro Dreaming Jewelry da editora Monsa, mostrando não apenas seu processo peculiar de esmalte, mas pelo menos para mim, uma profusão de linhas que são muito vigorosas na intensidade de seus tons vermelhos.
Liana Pattihis
A mudança iniciou-se a partir de um questionamento sobre sua identidade. Os materiais escolhidos iniciais se referiam à cultura coreana, da qual descende: gergelim, pó de pimenta, hashis.
Os hashis inicialmente em sua cor natural, foram pintados de preto e começaram a trazer uma qualidade gráfica muito forte ao trabalho.
O desenrolar da recente pesquisa está amplificando essa qualidade gráfica.
A linha espessa e dura do hashi pouco a pouco cede lugar à linha leve e flexível do fio de algodão. A linha que até então funcionava como elemento unificador dos pedaços de hashi pintados, começa a aparecer e ganhar espaço na composição.
A cor quando aparece é pontual.
O domínio do preto, como diria Frutiger, age removendo a luz, enfatizando o espaço do entorno, ativando-o. Vemos nessas peças desenhos que avançam no outro eixo, estabelecendo um diálogo interessante entre a linha e o espaço.
Hena Lee é uma das artistas brasileiras selecionadas para expor na Think Again em Outubro no MAD, NY.
postado por/posted by Mirla Fernandes
FRUTIGER, Adrian. Sinais & Símbolos. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2001.
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